Folias de Reis

22-02-2011 10:49

    As folias de Reis, quando saíam, cantavam, dirigindo-se ao dono da casa:

"Deus lhe pague a sua esmola;

Deus lhe dê muito que dar;

Deus lhe dê c'roas de rosas;

E no céu um bom lugar."

    O interessante é que, quando eram mal recebidos sem ganhar as esmolas, saíam cantando em algazarra:

"Essa barba de farelo

Não tem nada p'ra nos dar;

Deus permita que tu vires em

breve Gavião Caracará!"

- O Império do Divino.

- Os burresquês de D. João.

- O Reinado do Rosário.

- A Folia do Divino.

- Os Mastros arrojados.

- As fogueiras de canala e balaio.

- Os bolos d'arroz de Alexandrina.

- As caixas nos mastros.

- Os Cstelos (serenatas).

- As danças de Cabolclinhos, marujadas, catopês, dos velhos e do boi pintado, nos mastros.

- As bandas de música do "Corinho, corão e Comercial".

- Os cigarros de João Quati.

- As almôndegas da Tia Plasta.

- Biscoitos do Caetaninho.

- Os pães de Lulu Anquinha.

- Modinhas de Zeca Bento.

- Cavalhadas a Cavalo.

- O Pau de Sebo, no Sábado d'Aleluia.

- As máximas do Queiroz Amaral.

- Os terços recitado pelo Quevê.

- Os pic nics, no Cruzeiro do Anastácio.

- Os brinquedos de prendas familiares.

- As modinhas ao luar, á porta.

- Os passeios nos campos, para colheita de guabirobas.

- Os encontros a cavalo.

- Os judas queimados...

- As Fortalezas da Luz, na Quaresma

- As Missas do Galo.

- Os sambas africanas nas ruas.

- O Clube da Tesoura, ás tardes, á porta do antigo Teatro Santa Isabel.

- As cervejas barbante.

- As figurinhas do Laport, para presepe.

- As velas, á noite, nos enterros.

- As retretas das bandas na Gupiara.

- Enterro de anginho com música e fogos.

- As prosas do Casusa.

- As paixões e espírito de contradição do Teófilo Soares.

- A guarda Romana da Procissão da Paixão.

- O boticão do Ricardo Soares.

- O vinho do Sebastião Rabelo.

- A mansidão do Pedro Tibá.

- Os balandráus do João Silvestre e Chico Gogô.

- As defesas no Juri do Chico Guedes.

- A valentia do Garcindo.

- Os artigos do Detalond.

- As enchentes do Maldoqueu.

- As mobílias do Chico Quêquêta.

- Os sapatos do Claudino e do Higino.

- A Capela do Lalau Pires.

- Os limões do entrudo.

- As matracas da Quaresma.

- Os cânticos do Galdino, nas missas de madrugada, na velha Sé.

- O boi do Divino.

- As troças do Ceininho.

- As histórias do Cel. Marcelo.

- O violão do Júlio Vidinha.

- As chicáras do Bento Epamimondas.

- Os lundúns do Zeca Bento.

- Os toques de sino com regra.

- A liteira e troli de D. João.

- Os crochés do Padre Transfiguração.

- O Angelus no Amparo.

- O relógio do Carmo.

- Os sermões do Cônego Felisberto.

- Os ternos brancos do Chico Comêta.

- As práticas, na Sé, do Vigário Neves.

- Os sinais para parto no sino grande do Amparo.

- As pandengas do Valongo.

- O Bombo do Ubaldo Soares.

- A clarinete mágica do Laport.

- A Vitorona dos negros do mato.

- O Beco Escuro do Ernesto Manco.

- O Viático solene nas casas.

- A cartola do Adão do Palácio.

- As gaiolas de Manoel Tarquinio.

- A bela caligrafia do Juca Neves.

- Os presepes do Adão Celestino.

- O toque em enxada pelo Chico Bispo.

- Nas quitandas, que tudo vendiam até capim.

- Os sermões a 5, 00 do Padre Fernandes, Vigários de São João da Chapada.

- Os discursos do João Santeiro.

- A mania do Custódio de vestir defunto.

- O realejo do Ezequias Lopes, ourives em trabalhos de côco e ouro.

- As risadas do Camilinho do Palácio.

- O chingatório do Putifarra.

- As broas do Juca Ferreira.

- As astúcias do Duraque.

- As manias da Maria Eleutéria.

- Os cachorrinhos das Pipocas.

- Os choros da Tereza doida e as manias de sua irmã Chichi.

- O Carnaval de Procópio Gomes Ribeiro.

- Os bailes no alto da Gupiara, de D. Nazareth.

- As proezas do Jcua Diamantino.

- Os sarceiros do Nen.

- O entusiasmo do Eliazinho.

- As requintas trêmulas do Cristiano, músico e Evaristo.

- Os dramas no Teatro Santa Isabel.

- A boca porca da Aninha do Bronze.

- Os goles dos Santos Pataca.

- As historinhas da Aninha do Barca.

- Os repicados na cuja do Rapa cuia, quando saía da novena de São Francisco.

- A pescaria do Jerônimo Alves.

- Os banhos no Glória e na Varanda do Rio Grande.

- Os discursos do Cristovão Aguilar.

- Os bolos de cozinha e pão de queijo da D. Emerenciana.

- As delicadezas do Amável.

- O Conselho do Socêgo.

- Os delegados de polícia João Nepomuceno de Aguiar, Coronel João Vieira, Coronel José Augusto de Menezes e Juca Amarante.

- A engenharia do João Vermelho.

- As manias do Nequinho de Aguilar.

- As cerimônias do Simplício.

- O filosofismo do Ginú.

- A batina do Luiz Torres.

- A fúria do Franco.

- Os remédios do Augusto Nelson.

- As gracinhas do Catita.

- A lousa do velho Lages.

- O galanteios do Manequinho.

- Os ranchos de tropa.

- O caixão do Padre Carolino.

- Os dois irmãos da Arquiconfraria de São Francisco da Luz, quando pediam pela Santa Caridade.

- A primeira Comunhão solene na Catedral, no dia 8 de dezembro.

- Os ensaios de dramas no Teatro Santa Isabel.

- Os biscoitos da Chiquinha Chicoteira.

- Os enterros com acompanhamento e velas, á noite.

- A procissão de Santa Luzia nas escolas.

- Os dois galos e dois gigantes do Painhas, pelo Carnaval.

- As ceias de Natal.

- O Descendimento da Cruz em frente á Igreja do Rosário.

- Os enterros no Sempre Lustroso para o Rosário.

- A cartola da Aninha Carriça.

- Os meio dia na torre.

- O sepultamento socado no Cemitério do Burgalhau.

- O Carnaval extemporâneo, querozene e a acetileno.

- As borrinhas de Reis.

- A luz misteriosa na cidade.

- Os espetáculos e representações no Teatro Santa Isabel.

- A Frutuosa, tirando as notas no pau de sebo, no Sábado d'Aleluia.

- As quermesses do Pão de Santo Antônio.

- A Capela do Bambães.

- O foguete do Correio.

- As ladainhas de Maio e São Marcos.

- Os meninos, tocando música na taquara e amontando em carneiros.

- O pasto de Juca Neves.

- Os buscapés da noite de São João.

- Os fogos de arranco, de muitas bombas.

- As girandolas de compasso.

- As colchas chiques nas sacadas e janelas, no Domingo da Ressureição e de Corpo de Deus.

- As sáias das Cruzes das Ordens Terceira do Carmo e São Francisco de Assis e da Irmandade do Amparo.

- Os guiões das Irmandades do Santíssimo, São Miguel e Almas e da Irmandade das Mercês.

- Os enterros nas Igrejas.

- A arquiconfraria de São Francisco da Luz.

- Os fogos de vaia.

- O burro do Correio.

- Os repiques e dobres de sino com regra.

- As velas de sebo.

- Os archotes da Quaresma.

- Os circos de Cavalinhos.

- Os toques de música na torre.

- As caixas (rufos) nos mastros.

- A lanterna mágica.

- Os fantoches.

- Os bate paus.

- As queimadas na serra.

- Os grêmios literários.

- A Biblioteca Pública.

    E seria não acabar, se não terminasse aqui. Reis, Xisto, Coisas de Diamantina Antiga, Voz de Diamantina, 1954.