A Chácara da Chica da Silva

15-08-2013 12:18

               Foto da Chácara da Chica da Silva - Palha

 

   A Chácara da Chica da Silva - Subsídio para um livro de José Augusto Neves, "O Passado em Diamantina" - Reminiscência de seu centenário - 1838-1938".

   Como consta da respectiva escritura lavrada em cartório do tabelião Francisco Antônio Aguilar, a Chácara da Chica da Silva foi arrendada em 30 de março de 1837, do sargento mor Bernardo da Silva Brandão por Bento Dias de Moura, procurador bastante do Morgado João Germano Fernandes de Oliveira Grijó. 

    A Chácara situada no subúrbio desta cidade, que hoje tem o nome de Palha e Bairro Maria Orminda ao pé do Rancho do Alemão, junto á barra do Riacho São Francisco.

    O arrendamento se fez por espaço de quinze anos, a se contar desde a data da escritura pela quantia de Cr$30.000 (Trinta mil réis) anuais, sendo pagos Cr$15,000 ( Quinze mil réis) ao outorgante, ao se fazer a escritura e ficando este obrigado a validar em todo o tempo o arrendamento e a dissolver todas e quaisquer dúvidas futuras.

   O outorgado se obrigou a pagar ao outorgante no tempo aprazado a quantia declarada, com a claúsula de se levar em conta a despesa necessária para a conservação do edíficio reparando a casa já arruinada e levantando muros em toda a Chácara. Para isso obrigou mais os seus bens havidos e por haver.

   Do exposto se conclue que a Chácara da Chica da Silva de que hoje só existe a lembrança tradicional, nesse tempo já estava em ruínas. Demandando reparos dispendiosos.

   Foram testemunhas deste contrato de arrendamento Antônio Freire da Silveira e João de Castro Bacelar Júnior. O Requerimento de Francisco de Paula Ferreira em 4 de outubro do mesmo ano de 1837, pagando de impostos Cr$2,400 - dois mil e quatrocentos réis.

   Em mera homenagem ao nosso ilustre patrício João Germano Fernandes de Oliveira Grijó, grande diamantinense, grande brasileiro, portanto a posse daquele implica necessariamente a deste predicado de perfeição cívica, conservamos a memória imperecível de eu nome, ligada a Chácara de que a tradição nos conta haver sido uma belíssima residência de verão em nossa terra e onde ao hóspede jamais faltava o conforto. Então proporcionado pelos grandes centros civilizados.  THEON, Voz de Diamantina, nº23, Diamantina, 1913. 

     Com a prisão de João Fernandes de Oliveira e sua ida para Portugal, a Chácara da Chica da Silva que era um palácio conta-se que foi demolido e com as suas madeiras foi construída a Casa da Glória, e o restante foi reconstruída pelos seus arrematantes a família Felício dos Santos, sendo Joaquim Felício dos Santos permanecendo até os dias atuais. Quando faleceu Silvio Felício dos Santos, a Chácara foi invadida, e a casa foi saqueada até não restar mais nada. As terras da Chácara o povo também invadiu transformando num bairro chamado Maria Orminda.

   Os herdeiros nada puderam fazer, pois o Silvio Felício dos Santos deixou como uso e fruto para a quinta geração que seria num futuro mais longe. Desta maneira segundo a uma das herdeira, houve um desinteresse.

   Houve também descaso das autoridades que deveriam intervir na destruição da casa da Chácara.