A revolução do porto e a queima do livro da Capa Verde

30-11-2017 14:52

    Graça a Revolução do Porto deu a coragem do povo do Arraial do Tejuco a se libertar.

                           Queima do livro da Capa Verde

                                                                                       Erick Johan ns de Meira

                                                                               

Revolução Constitucional Em 21 de agosto de 1820 rompeu no Porto, em Portugal, uma revolução constitucional, aceita por Lisboa em 15 de setembro e que se propagou por todo o reino. O grito revolucionário rápido atravessou o Atlântico e foi repercutindo nos sertões do Brasil. Foi o Tijuco, onde, primeiro que em qualquer outra parte da Província de Minas Gerais, seus habitantes não puderam conter os movimentos de seus corações, logo que lhes chegou a notícia das disposições em que se achavam seus irmãos baianos, que se propunham a seguir a marcha dos gloriosos movimentos do Porto e de Lisboa. Vede meus irmãos, a liberdade marcha de norte a sul. Em Portugal a Revolução estalou primeiro no Porto; no Brasil ela estourou na Bahia; e em Minas Gerais, neste Arraial situado a 50 léguas ao norte de Vila Rica não  pôde conter o sofrimento e dilatar por mais tempo a satisfação; esperando o exemplo da capital. Logo que os seus habitantes foram certificados que a Bahia tinha adotado o sistema constitucional, animados com este sucesso, e sobretudo não podendo suportar mais o peso de suas cadeias, deixaram de ser aqueles homens tímidos, que, duvidavam antes que o milagre da regeneração política pudesse ser operado. Desde então este memorável acontecimento foi o objetivo de suas conversações.  As ideias liberais, o gravame do Livro da Capa Verde e as passadas desgraças, tudo se apresentava diante de seus olhos com as mais vivas cores, que lhes sugeriam ódio e o entusiasmo.

 

 

              

Foto do acervo Zé da Sé -  retirado da internet -

Este movimento foi  o primeiro passo para a liberdade do Tijuco. As pessoas do Arraial do Tejuco encorajaram e aproveitaram para invadir a Intendência Real e queimando o Livro da Capa Verde em praça pública, que era o terror dos moradores dessa Demarcação, onde ninguém entrava e saía sem a ordem do rei ou do intendente. Com a queima do livro da Capa Verde se deu o processo de abertura no Arraial do Tejuco colocando o fim do despotismo, dos abusos dos intendentes e fiscais que, além do excesso dos abusos como as condenações, expulsões, degredos, as pessoas e famílias passavam pelas humilhações no qual era confiscado os seus bens e colocados em praça pública, onde saiam somente com a roupa do corpo pela acusação de contrabandistas. Encerrava esse processo despótico de vexames, humilhações físicas e morais. A população do Tejuco tinha muito a comemorar e por isso foram ás ruas em festas por três dias seguidos, “O Distrito do Terror”, ficava para trás. E assim iniciou um novo processo na Demarcação Diamantino com o fim dos abusos despóticos e autoritários, logo depois menos de um ano se deu a Independência no Brasil.