Banda do Sapo Seco
E o rei momo, aquele mesmo já nosso conhecido; mas, desta vez foi Sua Majestade carregada em padiola pelas rua centenária da cidade. Tivemos dois carros alegóricos, bem ornamentados de enfeites característicos do carnaval. A célebre Banda do Sapo Seco deu a nota com suas originalidades, saindo com um jumento; velho e manso, no qual se via amontado um boneco cujo rosto bem caracterizado, apresentava o retrato de Hitler, - o terrível alemão, que assombrou o mundo... Esta é uma das especialidades da Banda do Sapo Seco, fazer "chacotas e deboches" nos personagens que vieram ser notícias e celebridades no ano.
Essa figura exótica foi queimada duas vezes, por avião em praça pública.
A Banda apresentou suas figuras vestidas de pano de saco de estopa, aludindo á crise aterradora das fazendas, que vai ameaçando o mundo a convertê-lo pela sensualidade da modo num novo paraíso terreal...
Os cordões estiveram influentes e os bailes, nos dois clubes diversivos locais "Acayaca", e "Democrata", bastante animados.
Foi-se, afinal, o carnaval, e quem o viu só de longe, que levante as mãos para o céu!
Uma coisa, porém, não deve escapar ao nosso reparo: é que usaram de um brinquedo grosseiro, inconveniente, de atirar polvilho e farinha de trigo nos cavalheiros. Seria efeito da pinga pura?
Tenham paciência: Quererão fazer voltar o célebre entrudo com a caiação dos antigos tempos?
Voz de Diamantina, 1946.