Carnaval em Agosto

07-01-2011 10:48

    Corria no ano de 1887, nesta cidade. Celebrava-se a tradicional festa de Nossa Senhora das Mercês, realizando-se as novenas com todo os brilhantismo e esplendor e a majestosa procissão da Divina Redentora dos Cativos - uma das festas de maior devoção e pompa que se fazia em Diamantina.

    Não se sabia o que mais admirar-se, se a imensa concorrência de povo, que apinhava ás ruas, se o luxo dos andores, se os foquetes de 24 bombas e os morteiros multicores que atroavam os ares, se a boa e ensaiada banda de música do "Corinho", que encantava os ouvidos com suas doces harmonias, ou se as danças de caboclinhos e marujos, que a cidade tanto divertiam.

    Para solenizar a festa, saíram pelas ruas no dia 15 e seguinte, alguns mascarados, como se fosse tempo de carnaval, enrolados em colchas de chita, falando falsete.

    Os apologistas de Momo, como disse um ilustre diamantinense, deviam ter se lembrado de que a Diamantina não era um arraialejo sem importância e civilização, mas uma cidade civilziada, como tal conhecida, desde aquele tempo, em toda Europa.

    Que houvesse, não ovstane impróprio, como houve no Teatro Santa Isabel, baile a fantasia, nas noites de 15 e 16 transeat, porque esse divertimento sempre se fazia em todo tempo, mas ... meia dúzia de mascarados pelas ruas , alguns enrolados em colchas de chita e falando falsete...

    A festa correu as mil maravilhas; nada faltou, para o brilho e esplendor com que os fiéis costumam celebrar a Divina Senhora das Mercês.

    Digno de note era aquele andor enorme, cheido de largas escadas, e vendo-se, de joelho em cada degrau, a figura de um cativo.

    Esse andor era tão grande e alto, que, em nossos dias, não passariam pelas nossas ruas, por causa dos fios aéreos. Coisas do Passado de Diamantina, do Professor J. Augusto neves