Chegam os trilhos do Ramal Ferroviário

25-08-2011 12:22

    Aos 8 de Janeiro de 1914, chegava a Diamantina a ponta dos trilhos do Ramal Ferroviário. E a máquina do lastro, entrou ma Praça Dom João, apitava e tocando o seu sino. O lastro teve entrada festiva com muitos fogos e música da Banda do 3º Batalhão e á noite, houve uma passeata luminosa.

    Este regosijo não era para menos, pois os diamantinenses desejavam a linha férrea desde os tempos da monarquia.

    O Dr. Davi Gomes Jardim fez o traçado da futura avenida ligando a Estação ao centro da cidade. (Voz de Dtna).

    Aos 14 de novembro do ano de 1922, o RAmal "belga" Curralinho "Corinto" - Diamantina  é encampado pela Estrada de Ferro Central do Brasil, pelo Ministro da Viação Doutor Francisco Sá, que por isto veio a Diamantina ficou hospedado na rua Direita na residência do Coletor Federal  Sr. Francisco Lessa, seu parente.

    Grandes festas foram realizadas na ocasião.

    E nesta mesma data, a antiga Estação de Baraunas perdeu este nome e passou a ser chamada Barão de Guaicuí a pedido do Cônego José Alves interpretando o desejo dos moradores do lugar. E o doutor Francisco Sá concordou, pois quando menino vinha estudar em Diamantina e se hospedava na casa deste senhor  e cuja parentela pertencia.

    Aos 22 de agosto de 1909 finca-se a última estaca no Largo D. João para a construção da Estação do Ramal Curralinho (Corinto) - Diamantina.

    O Major Antonio de Oliveira Balsamão, que era da Câmara Municipal, discordou do local, pois a Estação e a linha da Estrada de Ferro iriam dividir em duas partes o mais espaçoso e melhor Largo da Cidade. Inconformado, retirou-se da reunião. 

    As 13 horas do dia 23 do corrente, chegou á nossa cidade, em viagem de inspeção, o exmo. snr. General Dorival Britto e Silva, Diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil. S. Excia. se fez acompanhar do seu chefe de gabinete, nosso conterrâneo ten. cel. Luiz Neves, estando sua ilustre comitiva integrada pelos seguintes engenheiros, todos altos funcionários da Estrada: Drs Demóstenes Rochert, Waldemar de Britto, Djalma Maia, Urbano Setembrino de Carvalho, Augusto Barata, Antonio Germano de Andrade Pinto, Satyro Olinto Alvim e Helio Vieira de Melo.

    Recebidos á gare da Central pelas autoridades civis, religiosas e militares, e por grande massa popular, foram os ilustres visitantes saudados pelo secretário da Prefeitura Municipal, o snr. Gabriel Mandacarú. O General Dorival de Britto e Silva agradeceu em seu nome e no dos seus auxiliares. Tocou na ocasião a Banda do 3º Batalhão. Acompanhados por todos os presente, dirigiram-se os visitantes á sede do Clube Acaiaca, onde lhes foi oferecido um "drink", tendo discursado o orador oficial do mesmo clube, Dr. Joaquim Geraldo Freire. Agradecemos a homenagem, o Diretor da Central tornou a usar a palavra. Sua oração foi um tecido de ponderações muito acertadas, sempre traduzindo a honestidade dos seus própositos e a modéstia de sua atuação pessoal e a administrativa. Salientou o período economicamente crítico por que passa a autarquia sob sua direção, mas reafirmou a intenção de trabalhar pelo bem do povo, contando para isso com a cr´tica construtiva dos elementos capazes de apontar, com objetividade de observação, erros que necessitam de correção. Terminou dirigindo um agradecimento especial ás alunas da Escola Normal Nossa Senhora das Dores que se achavam presentes. Disse-lhes palavras de incentivo e de apelo no sentido de colaborarem elas, como futuras educadoras, na solução dos problemas nacionais.