Comércio franco do diamante

25-08-2011 12:02

    Com o desimpedimento das lavras tornou-se franco no Tijuco o comércio dos diamantes. Os mineiros trocavam por gêneros de que necessitavam, ou os vendiiam por ouro em pó ou em barras, que serviam de moeda no país. Os compradores e alguns mineiros mais abastados os remetiam em partidas para serem vendidos em Lisboa. Era ordinariamente com a sua remessa que os negociantes soldavam as suas contas na praça da Bahia, donde vinham os gêneros estrangeiros, que aqui se consumiam. Só era proibido comprar diamantes aos escravos, por ser-lhes inteiramente vedadosa sua mineração por conta própria.

    Para se evitar que os escravos vendessem diamantes, não se permitiam lojas ou vendas nas circunvizinhanças do Tijuco, nem em suas entradas, muito menos nas lavras diamantinas. Deviam ter o mostrador á porta e saído para a rua a palmo e meio , e todo o negócio devia ser feito em cima dele á vista do público; ao anoitecer deviam-se fechar impreterivelmente, e não se podiam abrir senão depois da saída do sol. Conquanto fosse franco o comércio dos diamantes, não se podia fazê-lo senão dentro do arraial, e se alguém era encontrado fora comprando-os ou vendendo-os ficava sujeito ás penas de prisão, confisco de todos os bens, degredo por seis anos para Angola. O Ouvidor Geral estava autorizado a mandar, sem formalidades, fazer prisões e dar buscas nas casas particulares para conhecer e punir os contraventores dos bandos e ordens régias. (SANTOS, Joaquim Felício).