Descobrimento de Diamantina (Arraial do Tejuco)

27-04-2011 23:17

    Diamantina foi descoberta pelos bandeirantes. Foi fundada em 1691 sob a denominação de arraial dom Tejuco em razão dos seus terrenos lamacentos.

    Os primeiros pontos de referência da futua área diamantina, partindo da Vila do Príncipe (Serro do Frio) foram:

    a) arraial do Tijuco, junto da serra da Lapa, fundado junto da Lavra de Jerônimo Correia, natural da Bahia e aí estabelecido desde de 1713.

    b) o arraial do Milho Verde, fundado nas lavras de Manuel Rodrigues Milho Verde, natual da província do Minho em Portugal.

    c) o arraial de São Gonçalo, junto da ermida desse Santo, construída em 1729 por Domingos Barbosa, natual de Amarante, Portugal.

    d) o arraial do Rio Manso, fundado em 1719 pelo paulista José de Godoi que assim denominou pela mansidão com que o tal rio corre no meio dele.

    e) o Caeté mirim, arraial, dundou-o o paulista Antônio Raposo em 1714.

    f) o arraial de Inhaim (Inhaí) tirou seu nome de um bugre manso e batizado, Tomé Ribeiro, relembrando o seu anterior quando pagão.

    g) o arraial de Gouveia, assim se denominou devido ao nome de uma viúva portuguesa, Francisca de Gouveia, que aí tinha suas lavras em 1715.

    h) o arraial de Paraúna foi fundado em 1713, nas lavras de João Lopes Delgado, português do Minho.

    Segundo Augusto de Lima Junior em 1714, um certo faiscador de nome Francisco Machado da Silva, partindo uns blocos de cristal ou conglomerado dele para fazer um fogo de trempe, encontrou uma pedrinha dura e clara que guardou como curiosidade, dando-a depois a Luís Botelho de Queiroz, no Serro do Frio. O cristal terida sido encontrado na lavra de São Pedro, no córrego do Machado ou Pinheiro, junto á serra da Lapa. Na mesma época, e próxima do local desse encontro, no córrego denominado Mosquito, deparou Machado com outras pedras iguais á anterior, dando umas a José Leitão de Oya e outras ao capitão de Dragões João de Almeida e Vasconcelos. Este foi lapidar uma delas e verificou tratar-se de diamantes que valeria cerca de dois mil cruzados. O segredo, porém, foi guardado pelos interessados que continuaram a obtê-las em grande quantidade dos ingênuos faiscadores de ouro, que as cediam aos quilos, pensando que eram aproveitadas como tentos nos jogos de trunfos e de renegado.

    Em 1721, na lavra aurífera do Córrego Morrinhos próximo no arraial de Sopa, de propriedade do português Bernardo da Fonseca Lobo, um seu feitor de nome Francisco Teixeira, natural do Porto, bateiando por suas mãos, encontrou uma dessas pedras que entregou a seu patrão. Já havia então um verdadeiro derrame delas que iam sendo encontradas em quase todas as lavras auríferas, principalmente nas de Nicolau Gonçalves Fiusa e Manuel Nogueira dos Passos, próximas de um arraial que se fomara com o nome de Tijuco, junto de uma capela a cavaleiro de um ribeiro chamado de Santo Antônio.

    Com a descoberta dos diamantes já declarada para a Coroa portuguesa, foi criada em 1734 no arraial do Tijuco uma Intendência dos Diamantes, sendo nomeada para ela o Desembargador Rafael Pires Pardinho, da Casa de Suplicação de Lisboa. Para delimitar a zona de jurisdição do novo Intendente chegava nesse mesmo ano a Minas Gerais um enviado régio especial, Martinho de Mendonça de Pina e Proença que, simultaneamente, haveria de estudar um melhor meio de arrecadar os direitos sobre o ouro e inspecionar as Casas de Moeda.

    Martinho de Mendonça, de acordo com Rafael Pires Pardinho e com o placet de D. André de Melo e Castro, delimitou a Demarcação das Terras Diamantinas que ficaram assinaladas por seis marcos padrões:

1) Na barra do Inhaí.

2) No córrego das Lages, uma légua acima da barra.

3) No penhasco da Serra do Ó.

4) No morro chamado de Bandeirinhas.

5) Numa pedreira da Tromba da Anta.

6) Na cabeceira do Rio Preto.

    Essa demarcação puramente administrativa jamais prevaleceu, porquanto á medida que surgiam diamantes, fora desses precários limites, estendia-se automaticamente a jurisdição do Intendentes dos Diamantes.

    História dos Diamantes nas Minas Gerais - Junior, Augusto de Lima.

    Teve em João Fernandes de Oliveira, o primeiro contratador de diamantes.

    O intendente Câmara, foi o primeiro brasileiro nomeado para o Arraial do Tejuco.

    Teve criado o Distrito, base de sua formação administrativa, pelo Alvará de 27 de outubro de 1819.

Voz de Diamantina.