divergências politicas e tipos populares
Em Diamantina, o nosso presado colega local "O Nordeste", (jornal períodico), por causa da cor de seu cabeçario parecia integralista, agora, notamos que mudou o verde, papagaio, para a cor azul.
Deixou, com efeito, de ser integralista, mas passou, agora a pertencer a uma irmandade religiosa da cidade.
- Qual é ela leitor?
Em Diamantina, passou a triste despercebida a data aúrea de nossa história. Antigamente, da poética Capelinha das Mercês não passava sem uma missa, em ação de graças á Protetora dos cativos que os libertos mandavam celebrar.
Como tudo morre, tudo passa esquecido!
Parece-nos ainda ver, nesse dia, o saudoso e santo velhinho D. João Antonio dos Santos (primeiro bispo em Diamantina), pedindo, de porta em porta, alforria dos pobres escravos.
Ó tempora! Omores!
Caramelos, PILUS, Voz de Diamantina, pág. 2, Diamantina, 1952.
Banda do Sapo Seco, imagens do Google.
Quem nasceu em Diamantina, ou convive em seu meio, nota logo sua originalidade miais extravagantes, o que vem desde seus antigos tempos.
A expressão "guanxa", por exemplo, é um termo antiguíssimo, que usavam os nossos antepassados, quando achavam uma pessoa muita feia ou desajeitada.
Nome esquisitos eram aplicados em homens e mulheres, todos expressivos, como por exemplo: Josefina Cangêra, que teve morte trágica, vítima de uma faísca elétrica, há muitos anos, no Alto dos Cristais; Frutuosa Pau de Sêbo, por que subiu no Pau de Sêbo, em um sábado de Aleluia, Aninha de Bronze, porque ninguém podia com ela na língua; Juca Putifarra, chamado também de Morcego da Luz (manquitoia, por pertencer á extinta Arquiconfraria de São Francisco da Luz, e acostumava pedir velas de cera nos enterros para si.
Este as celebrizou pelas garrafas cheias de urina choca que atirava contra os vadios, seus gratuitos perseguidores á rua do Carmo, onde morava; Aninha Curtiça, velha tijucana, que andava de capôna e cartola; enfim, são tantos, que seria um nunca acabar, se fosse citar metade deles.
E para terminar, cito um único, mais moderno, que ouvi da boca de um moleque de rua, quando chamava a um seu colega : de Chico Microfone, porque ele conversava demais.
Minhas Tiras, REIS Xisto, Voz de Diamantina, pág. 2, Diamantina, 1952.