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11-01-2011 11:12

    O ofício do Governo é de 23 de junho de 1825; desse dia até o em que foi dada resposta - 23 de agosto - a Câmara se reuniu nos seguintes dias e em nenhuma das reuniões se tratou do assunto de que estamos nos ocupando.

1ª Reunião em 25 de junho (f. 262 do livro de Vereações) em que só se tratou do encanamento d'água para o Chafariz da Cavalhada;

2.ª Dita em 12 julho (f. 262 v,s do mesmo livro) reuniram-se apenas para encorporada ir assistir a festividade da Visitação de Nosso Senhor á Santa Isabel;

3.ª Dita em 13 do dito mês (f. 263 do mesmo livro) só despacharam v rios requerimentos de partes;

4.ª Dita em 17 do dito mês (f. 263 v.s do mesmo livro) só para irem encorporados á matriz assistir a festividade do Anjo Custódio, e de nada mais trataram;

5.ª Dita em 20 do dito mês (f. 264 v.s do mesmo livro), nesta deliberarão acerca de vários assuntos não se falando, porém, no ofício do governo, que motivou a resposta retro;

6.ª Dita em 23 do mesmo mês de Agosto digo do mês de julho (f. 265 v.s do dito livro), nesta apenas mandaram passar as atestações aos professores de gramática latina - Francisco de Paula Coelho de Magalhães - e de primeiras letras - Antonio Gomes Chaves - de terem atualmente suas aulas abertas;

7.ª Dita em 6 de Agosto (f. 266 do dito livro) em que despacharam vários requerimentos de partes autorizaram o pagamento de vários mandados, entre esses, quatro do Cabo Lourenço da Silva Machado, pai de Pedro de Alcântara Machado, que figurou nos anais políticos, e avô do Conselheiro João da Matta Machado, dr. Alvaro da Matta Machado e Bacharel Pedro da Matta Machado, que ainda hoje figuram;

8.ª Dita em 17 de mesmo mês (f.267 do dito livro) em a qual mandaram rasgar os mandados pagos no dia 6, por já estarem descarregados nos livros, providenciaram a respeito de uma engeitada apresentada por Manoel Antonio Rodrigues Lamarcha;

9.ª Ita Dem 20 do mesmo mês (f. 268 do dito livro); nesta sessão abriram um ofício dos Missionários Jerônimo Gonçalves de Macedo e José Joaquim de Moura Alves convidando a Câmara para no dia 24 assistir a festividade da Comunhão Geral; em seguida nomearão e juramentaram os crioulos forros Aniceto da Silva e Souza e Manoel Mendes da Cruz para jurados da Câmara;

10.ª Dita em 25 do dito mês, já depois da data do Ofício respondendo aos quesitos do Governo, (f. 269 do dito livro) em a qual abriram um ofício em que a Câmara Municipal do Rio de Janeiro convidava a desta Cidade, ainda então Vila do Príncipe, para auxiliar a grande Obra da Estátua Equestre (a mentira de bronze de T. Ottoni) que em testemunho de gratidão vai levantar-se no Redentor da Pátria - a Sua Majestade Imperial.

    Tomando de novo o livro n.7.º de registro das Ordens do Governo - o mesmo de onde extrai esta cópia comercei de f. 70 v.s escriturada em 6 de julho, e até f. 80 onde se acha o lançamento dos Quesitos, nada encontrei em relação ao assunto.

    Para que tomei todo este trabalho? Pura e simplesmente para ver se descobria o autor da resposta dada ao Governo; e estou convencido ter sido o Desembargador Juiz de Fóra Manoel Fernandes Correia Pinto; porquanto só ele na Câmara tinha as necessárias habilitações para fazê-lo, e o fez no silêncio de seu gabinete e não em Câmara. A Câmara que serviu no ano de 1825 compunha-se (f 76 do livro citado); - Presidente - O Juiz de Fora p Desembargador Manoel Fernandes Correia Pinto.

   Nenhum dos vereadores acima e nem o procurador e o escrivão tinham conhecimentos e habilitações para escrever o ofício de resposta embora não seja ela lá coisa que digamos; não se nomeou comissão externa para dar a resposta; não houve sessão em 23 de agosto, data da resposta; quem, pois, a deu? na minha opinião foi, como já disse o referido Dr. Juiz de Fora - Correia Pinto. Revista do Arquivo Público Mineiro - pág. 793 a 795.