Folias de Reis
As folias de Reis, quando saíam, cantavam, dirigindo-se ao dono da casa:
"Deus lhe pague a sua esmola;
Deus lhe dê muito que dar;
Deus lhe dê c'roas de rosas;
E no céu um bom lugar."
O interessante é que, quando eram mal recebidos sem ganhar as esmolas, saíam cantando em algazarra:
"Essa barba de farelo
Não tem nada p'ra nos dar;
Deus permita que tu vires em
breve Gavião Caracará!"
- O Império do Divino.
- Os burresquês de D. João.
- O Reinado do Rosário.
- A Folia do Divino.
- Os Mastros arrojados.
- As fogueiras de canala e balaio.
- Os bolos d'arroz de Alexandrina.
- As caixas nos mastros.
- Os Cstelos (serenatas).
- As danças de Cabolclinhos, marujadas, catopês, dos velhos e do boi pintado, nos mastros.
- As bandas de música do "Corinho, corão e Comercial".
- Os cigarros de João Quati.
- As almôndegas da Tia Plasta.
- Biscoitos do Caetaninho.
- Os pães de Lulu Anquinha.
- Modinhas de Zeca Bento.
- Cavalhadas a Cavalo.
- O Pau de Sebo, no Sábado d'Aleluia.
- As máximas do Queiroz Amaral.
- Os terços recitado pelo Quevê.
- Os pic nics, no Cruzeiro do Anastácio.
- Os brinquedos de prendas familiares.
- As modinhas ao luar, á porta.
- Os passeios nos campos, para colheita de guabirobas.
- Os encontros a cavalo.
- Os judas queimados...
- As Fortalezas da Luz, na Quaresma
- As Missas do Galo.
- Os sambas africanas nas ruas.
- O Clube da Tesoura, ás tardes, á porta do antigo Teatro Santa Isabel.
- As cervejas barbante.
- As figurinhas do Laport, para presepe.
- As velas, á noite, nos enterros.
- As retretas das bandas na Gupiara.
- Enterro de anginho com música e fogos.
- As prosas do Casusa.
- As paixões e espírito de contradição do Teófilo Soares.
- A guarda Romana da Procissão da Paixão.
- O boticão do Ricardo Soares.
- O vinho do Sebastião Rabelo.
- A mansidão do Pedro Tibá.
- Os balandráus do João Silvestre e Chico Gogô.
- As defesas no Juri do Chico Guedes.
- A valentia do Garcindo.
- Os artigos do Detalond.
- As enchentes do Maldoqueu.
- As mobílias do Chico Quêquêta.
- Os sapatos do Claudino e do Higino.
- A Capela do Lalau Pires.
- Os limões do entrudo.
- As matracas da Quaresma.
- Os cânticos do Galdino, nas missas de madrugada, na velha Sé.
- O boi do Divino.
- As troças do Ceininho.
- As histórias do Cel. Marcelo.
- O violão do Júlio Vidinha.
- As chicáras do Bento Epamimondas.
- Os lundúns do Zeca Bento.
- Os toques de sino com regra.
- A liteira e troli de D. João.
- Os crochés do Padre Transfiguração.
- O Angelus no Amparo.
- O relógio do Carmo.
- Os sermões do Cônego Felisberto.
- Os ternos brancos do Chico Comêta.
- As práticas, na Sé, do Vigário Neves.
- Os sinais para parto no sino grande do Amparo.
- As pandengas do Valongo.
- O Bombo do Ubaldo Soares.
- A clarinete mágica do Laport.
- A Vitorona dos negros do mato.
- O Beco Escuro do Ernesto Manco.
- O Viático solene nas casas.
- A cartola do Adão do Palácio.
- As gaiolas de Manoel Tarquinio.
- A bela caligrafia do Juca Neves.
- Os presepes do Adão Celestino.
- O toque em enxada pelo Chico Bispo.
- Nas quitandas, que tudo vendiam até capim.
- Os sermões a 5, 00 do Padre Fernandes, Vigários de São João da Chapada.
- Os discursos do João Santeiro.
- A mania do Custódio de vestir defunto.
- O realejo do Ezequias Lopes, ourives em trabalhos de côco e ouro.
- As risadas do Camilinho do Palácio.
- O chingatório do Putifarra.
- As broas do Juca Ferreira.
- As astúcias do Duraque.
- As manias da Maria Eleutéria.
- Os cachorrinhos das Pipocas.
- Os choros da Tereza doida e as manias de sua irmã Chichi.
- O Carnaval de Procópio Gomes Ribeiro.
- Os bailes no alto da Gupiara, de D. Nazareth.
- As proezas do Jcua Diamantino.
- Os sarceiros do Nen.
- O entusiasmo do Eliazinho.
- As requintas trêmulas do Cristiano, músico e Evaristo.
- Os dramas no Teatro Santa Isabel.
- A boca porca da Aninha do Bronze.
- Os goles dos Santos Pataca.
- As historinhas da Aninha do Barca.
- Os repicados na cuja do Rapa cuia, quando saía da novena de São Francisco.
- A pescaria do Jerônimo Alves.
- Os banhos no Glória e na Varanda do Rio Grande.
- Os discursos do Cristovão Aguilar.
- Os bolos de cozinha e pão de queijo da D. Emerenciana.
- As delicadezas do Amável.
- O Conselho do Socêgo.
- Os delegados de polícia João Nepomuceno de Aguiar, Coronel João Vieira, Coronel José Augusto de Menezes e Juca Amarante.
- A engenharia do João Vermelho.
- As manias do Nequinho de Aguilar.
- As cerimônias do Simplício.
- O filosofismo do Ginú.
- A batina do Luiz Torres.
- A fúria do Franco.
- Os remédios do Augusto Nelson.
- As gracinhas do Catita.
- A lousa do velho Lages.
- O galanteios do Manequinho.
- Os ranchos de tropa.
- O caixão do Padre Carolino.
- Os dois irmãos da Arquiconfraria de São Francisco da Luz, quando pediam pela Santa Caridade.
- A primeira Comunhão solene na Catedral, no dia 8 de dezembro.
- Os ensaios de dramas no Teatro Santa Isabel.
- Os biscoitos da Chiquinha Chicoteira.
- Os enterros com acompanhamento e velas, á noite.
- A procissão de Santa Luzia nas escolas.
- Os dois galos e dois gigantes do Painhas, pelo Carnaval.
- As ceias de Natal.
- O Descendimento da Cruz em frente á Igreja do Rosário.
- Os enterros no Sempre Lustroso para o Rosário.
- A cartola da Aninha Carriça.
- Os meio dia na torre.
- O sepultamento socado no Cemitério do Burgalhau.
- O Carnaval extemporâneo, querozene e a acetileno.
- As borrinhas de Reis.
- A luz misteriosa na cidade.
- Os espetáculos e representações no Teatro Santa Isabel.
- A Frutuosa, tirando as notas no pau de sebo, no Sábado d'Aleluia.
- As quermesses do Pão de Santo Antônio.
- A Capela do Bambães.
- O foguete do Correio.
- As ladainhas de Maio e São Marcos.
- Os meninos, tocando música na taquara e amontando em carneiros.
- O pasto de Juca Neves.
- Os buscapés da noite de São João.
- Os fogos de arranco, de muitas bombas.
- As girandolas de compasso.
- As colchas chiques nas sacadas e janelas, no Domingo da Ressureição e de Corpo de Deus.
- As sáias das Cruzes das Ordens Terceira do Carmo e São Francisco de Assis e da Irmandade do Amparo.
- Os guiões das Irmandades do Santíssimo, São Miguel e Almas e da Irmandade das Mercês.
- Os enterros nas Igrejas.
- A arquiconfraria de São Francisco da Luz.
- Os fogos de vaia.
- O burro do Correio.
- Os repiques e dobres de sino com regra.
- As velas de sebo.
- Os archotes da Quaresma.
- Os circos de Cavalinhos.
- Os toques de música na torre.
- As caixas (rufos) nos mastros.
- A lanterna mágica.
- Os fantoches.
- Os bate paus.
- As queimadas na serra.
- Os grêmios literários.
- A Biblioteca Pública.
E seria não acabar, se não terminasse aqui. Reis, Xisto, Coisas de Diamantina Antiga, Voz de Diamantina, 1954.