Os combatentes descartáveis

17-05-2011 16:31

    A Revolução Farroupilha (1835-1845), foi o maior conflito interno que o governo imperial enfrentou. Foram dez anos que a elite pecuarista do Rio Grande do Sul motivada pelos fatores políticos e econômicos, manteve uma revolta contra o império de dom Pedro II, chegando a proclamar a república do Rio Grande do Sul em 1836.

    Para engrossar as fileiras do exército farroupilha, foi incorporado escravos no exército rebelde, prometendo em troca a liberdade no final da guerra. Devido a isto vários negros fugiram das fazendas onde eram mantidos escravos para aderir a luta. Já outros foram cedidos por senhores de terra, simpáticos a revolução. Os lanceiros negros, como ficaram conhecidos, esses soldados, representavam a metade do exército rio grandense. José um africano oriundo de Angola, foi um desses homens que sonhava em obter a liberdade, pegando em armas, no entanto foi preso e sob tortura, informou que a "infantaria dos brancos", já havia desertado e que os que lutavam eram os lanceiros negros; alguns com armas e outros com lanças. Os lanceiros eram combatentes rústicos, por isto entravam nos batalhões sem maiores treinamentos.

    Entretanto no final da guerra farroupilha o Coronel Francisco Pedro de Abreu, fez um acordo entre as lideranças militares da época e dizimaram os lanceiros, sem dó e nem piedade. No final de 1850 o diamantinense Domingos José de Almeida, um dos líderes da revolução, denunciou pulbicamente este massacre em uma carta enviada ao Barão de Caxias.

    São as Barbaries das guerras.