Siriri Capeta
Não sei de onde importaram para a nossa Diamantina, um feio sêstro, nada tolerável, e já transformado numa verdadeira mania.
O que mais me admira é que essa coisa os pinicam e repinicam em caixas de fósforos, e as meninas e mocinhas já o fazem também sobre as portas, paredes, mesas e vidraças alheias.
Até nós' bancos, á estação da Missa, nas igrejas, as crianças se distraem com o siriri danado! Isso não está direito.
Essa mania desajeitada é mais própria de garotos que de meninas e mocinhas.
Os cotovelos e os dedos criam calos, porque o atrito é repetido sem cessar, aqui e acolá, dia e noite estejam onde estiverem; até ao sonhar, hão de repinicar no espaldar das camas—o siriricapeta, Os maus hábitos devem ser coibidos de principio, senão... Pois não é que uma menina já o repinicou nas taboas de um confessionário, quando se confessava?
Que os pais procurem corrigir o mau habito, ainda em tempo, do contrario, insensivelmente, poderá ele surgir em horas das mais solenes da nossa vida social.
Si não é historia, uma jovem parturiente já não vibrou o siriricapeta no nariz de sua parteira?
Não duvido, leitor amigo, porque não mais se usa, á hora do aperto..., recitar, três vezes, aquela antiga oração supersticiosa
—"Minha Santa Margarida..."
Fonte Bibliográfica:
Minhas Tiras, Xisto Rei, Voz de Diamantina, pág. 1, 25 de Abril de 1936, nº 11.