Teatro Santa Isabel

17-01-2013 12:34

Mercadores não existente no comércio por falta de consumo, as balas de doce tinham um similar-os queimados. Envoltos em pequenos retângulos de papel almaço, não destacado da folha, de modo a formar penca de dez unidades, eram vendidos no interior do Teatro, Continham fragmentos de açúcar de preparação especial.

 Procedia ás representações uma sinfonia pela orquestram que interpretava trechos de Rossini, Belini, Verdi, Mercadante, Donizzetti, Carlos Gomes Puccini, etc.

 

 

 Vista antiga do Teatro Santa Isabel ao fundo.  Na frente o Parque Municipal - hoje Praça Dr. Prado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 Um grupo de amadores, não poupando sacrifícios, integrava homogêneo conjunto teatral que muitas vezes se apresentava ao público. O espetáculo mais antigo de que se conhecem os intérpretes é o de 8 de fevereiro de 1861, graças a um exemplar do programa delicadamente impresso em seda de lilás, conservado por colecionador de antiguidades. Esse programa, reproduzido na "Voz de Diamantina" edição de 7 de abril de 1947, anuncia a representação do drma em cinco atos O Máscara Negra (O homem de Máscara Negra), em benefício de Joaquim Pereira Machado. O diretor do grupo é José Caetano Viana, distribuindo-se os papéis  entre J. J. dos Santos. J.C. Viana. D.C. Castilo, D.A. J. Viana, J.M. Bastos e V. V. Costa. Com exceção do diretor, dos beneficiados e de J. J. dos Santos, parece-nos  que os demais intérpretes são elementos estranhos á cidade, porque não mais figuram seus nomes em futuros espetáculos.

 Favorecendo a uma escrava de Bernardino de Sena, ainda criança, e levada a 7 de setembro seguinte, a comédia em 5 atos de Macedo, Luxo e Vaidade. Em 1862, a 1º de junho o acrobata José da Fonseca dá um espetáculo de ginástica com trabalhos de arame, terminando com um entremez jocoso. A 7 de setembro vai apresentada pela primeira vez a Noite do Castelo, drama em 3 atos extraído por Francisco José Ferreira Tôrres (5) da ópera de A. J. Fernandes dos Reis e Carlos Gomes. Para o dia imediato a peça escolhida é Dom César de Bazan, comédia em cinco atos de Dumaneir e A. d'Ennery.

 O vandeville em 2 atos Artur ou Depois de Dezesseis anos de Dupeuty, Fontan e Dravigny, Música de Doche, e em tradução de Caetano Lopes de Moura, est´pa em cena a 19 de outubro. A atriz Ismênia dos Santos, que ainda não estreara em palcos da Corte, faz o protagonista da peça, no papel de Artur, completam o espetáculo. O Caixeiro da Taverna de Martins Pena e a ária Sibeleza.

 Manuel Inácio de Cerqueira ocupa o Teatro nos dias 23 e 26 de novembro com números de exibição de força de equilibrismo e pirofagia comemorando o aniversário do S. M. T. I. o Senhor D. Pedro II, a atração da noite de 2 de dezembro é a peça Os Salteadoresm, certamente uma das muitas adaptações feitas do poema Schiller.

                                                        Pano do Teatro Santa Isabel - Acervo Zé da Sé

 

 1863, Ismênia dos Santos, Francisca Peçanha , Raimundo (?), Virgilio (?), Vayu (Valeriano Ferreira Araújo). Vítor, Zezé (José Agostinho Moreira da Silva) e o beneficiado Francisco José Fernandes representam a 6 de janeiro O Judeu, que identificamos como sendo o drama em 4 atos de Luís Maria Bordalo e não a peça de Domingos José Gonçalves de Magalhães, que se distingue da outra pelo título Antônio José, o judeu. Tinham anunciado para esse O Gravador de Lápides, que não pudera ser montado a tempo. Para finalizar o espetáculo Ismênia e Vayu cantam, em dueto, o fadinho brasileiro O Meirinho e a Pobre. Mas espetáculo de sensação é o de 8 de fevereiro. Primeiramente sobe o pano para o drama em 4 atos de Francisco Pinheiro Guimarães, História de uma Moça Rica. Da segunda parte consta a estréia da farsa John Bull ou o Pirata inglês de Joaquim Felício dos Santos. O Teatro vive uma de suas grandes noites de vibração cívica. A peça escrita para desagravar os brios nacionais, ofendidos com atitude insólida do ministro inglês Christie, no incidente motivado pelo naufrágio do Prince of Wales em costa brasileira, arranca do público ardorosos aplausos que se divide com os intérpretes da comédia e o jovem poeta João Nepomuceno Kubitschek, que declama em versos patrióticos de sua lavra, alusivos á circunstâncias. Á 14 de junho vai a cena pela segunda vez Os Parentes Desalmados drama em 3 atos de Carlos Antônio Cordeiro seguido a 29 do mesmo mês por Os 29 ou Honra e Glória, drama militar em 3 atos e 4 quadros de José Filipe Ovídio Romano. A 26 de julho temos a comédia Quem Porfia Mata a Caça de Mendes Leal Júnior. José Caetano Viana desincumbe se do difícil papel de José de Matos. Como complemento. Entre a Bigorna e o Martelo de Paulo Midosi Júnior. Precedido do Elogio Dramático, composição alegórica de Antônio Gonçalves Mesquita Neves e com Sete de Setembro, drama em 2 atos de Valentium José da Silveira Lopes interpretados por Ciríaco (?), Antônia (?), Mariana Cunha Vale e Francisco de Souza Matos comemora-se a data da independência do Império. No dia seguinte chega a vez do drama em 8 atos. O Nobre e o Plebeu de OctavoFeuillet, adaptação de M. F. Bastos Júnior, e farsa Os apuros de um pai de família, por Ciríaco, Viana, Vayu, Carlos Alves, Josefina Macedo e Mariana. 

 

 Em 1861, há registro de duas representações apenas: uma, de gato , a 1ª de maio, como parte dos festejos da sagração episcopal de Dom João Antônio dos Santos, 1º Bispo de Diamantina, com a peça Amor Filial, dramaem 5 atosde Francisco Luís Machado, estando presentes Dom Viçoso, Bispo de Mariana, e Dom João. A segunda, sem menção de dia ou mês, com o drama de costumes locais A Maldição, de Teodomiro Alves Perreira (1838 (?)-1911), representada pela primeira vez em São Paulo no ano de 1863. Entre 1862 e 1861 é possível tenha sido estreada a comédia em um ato  O Intendente do Diamantes de Joaquim Felício dos Santos, publicado em 1862, como folhetim do "Jequitinhonha".

 De 1865 a 1867, por falta de peródicos que lhe fixassem a crônica, perdeu-se a memória da atividade teatral naquele período. No mínimo ficaria restrita de datas de 7 e 8 de setembro, para não faltar a uma tradição sempre observada.

                                                    Igreja do Rosário e na lateral parte do Teatro Santa Isabel

 

 Nova série de espetáculos  pode ser enumerada a partir de 27 de agosto de 1868, com a apresentação de Mr. Peyres Lajournade, que atua ainda a 6,7,8 e 9 de setembro com trabalhos de prestidigitação, e de um número original, Espectros Impalpáveis, produzido por meio de um conjungo de espelhos. Por ocasião do aniversário imperial os amadores locais exibem-se na revista de Batista Machado Coisas e Loisas, além dos atos complementares o Sr. Domingos fora de sério, cena cômica de Francisco Correia Vasques, por Zezé; Cerração no mar, cena dramatica de J. M. Dias Guimarães, por João José dos Santos e os Fantasmas Impalpáveis (cãmara opaca) por Laport, número naturalmente inspirado pela apresentação de Peyres Lajournade. (5) Juiz municipal e jornalista na Diamantina.

Voz de Diamantina, Teatro de Província, José Teixeira Neves, pág. 3, nº 9, Diamantina, 1959.

 

 

Chafariz que fica em frente ao Teatro Santa Isabel e ao fundo a Igreja Nossa Senhora do Rosário

Na foto do lado vista do antigo Parque Municipal, hoje Praça Dr. Prado e na parte lateral parte do teatro Santa Isabel mas no novo prédio que se transformou em cadeia. Nos dias atuais conserva o mesmo prédio, porém foi reformado e transformado em um Teatro moderno que conserva o mesmo nome. Teatro Santa Isabel.

Ao fundo o antigo Parque Municipal, com o coreto. Hoje é a Praça Dr. Prado, possuindo uma quadra e transformada na Praça Cultural de Diamantina, o prédio que fica visível é a Pousada da Gameleira e abaixo fica o Prédio que era dos Correios e hoje o INSS.