Caminho do Carro - Farinha Seca

    Diziam os antigos que, no tempo da extração do diamante e ouro, os carros de boi, que vinham carregagos de gêneros e mercadorias so Serro Frio e outros lugares não podiam subir a ladeira do Arraial de Baixo, por se íngreme demais; pelos lados da Chácara do Juca Neves, tornava-se mais longe de modo que a Intendência daqueles tempos julgou bem servir a população do velho Tijuco, mandando cortar as abas do morro sobre o qual fora levantada a Igreja do Rosário, a partir do córrego Lava pés, assim cognominado, porque os mineiros e garimpeiros, quando o atravessavam, após o serviço e retornando á casa, enle lavavam seus pés, sujos de lama.

    Esse caminho, que flaldeja á Praça Dr. Prado, antiga Cavalhada Velha,a té hoje, conserva sua calçada de pedras duras, grandes e redondas a que o povo chama pé de moleque.

    Por se feita para dara caminho aos carros carregados, ficou com esse nome que até em nossos dias é conservado.

    Logo abaixo do Lava pés existia uma pequena casa, á semelhança de uma fazendóla e diversas mais afastadas, mas todas com quintais que eram plantados de mandioca pão, e onde seus moradores ocupavam do fabrico de ótima e seca farinha, razão porque aquele sítio se denominou Farinha Seca, nome pelo qual é conhecido até hoje. Voz de Diamantina.