Isolamento do Distrito do Terror

28-04-2011 09:13

    Os habitantes da demarcação diamantina formavam  como um só família, regida por leis especiais e governada despoticamente por autoridades particulares. Vivíamos como se estivéssemos em um eterno bloqueio, isolados do resto da colônia, sendo-nos interdita toda a comunicação com os povos de fora. Ninguém podia julgar-se seguro em sua casa. O senhor via com desconfiança no escravo inimigo oculto que, denunciando-o, obtinha a liberdade e partilhava seus bens com a Fazenda Real. A devassa geral, qeue se conservava sempre aberta, era como uma teia intensa, infernal, sustentada pelas delações misteriosas, que se urdia nas trevas, para envolver as vítimas, que muitas vezes faziam calúnia, a vingança particular, o interesse e ambição dos agentes do fisco.

    Um negociante requereu ao Intendente licença para ira á Vila do Príncipe tratar de certos negócios, - "Vá e não volte mais": foi o despacho. Em vista da injunção, não quis se aproveitar da faculdade; mas no dia seguinte foi intimado para despejar a demarcação.

    Era assim que á noite as ruas do Tijuco tornavam-se melancólicas e silenciosas, como lúgubres galerias de um vasto cemitério:apenas se ouviam o tinir das armas e o andar compassado e monótomo dos soldados que rondavam. Pois, no máximo ás 19:00 horas todas as tavernas, lojas e armazéns teriam que cerrar as suas portas e ás 21:00 horas todos deveriam recolharer nas suas casas, os que forem encontrados nas ruas ou nas lojas depois do toque de recolher, seriam condenados como contrabandistas.