Aninha Garrincha
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15-03-2011 23:35Aninha Garrincha
15-03-2011 23:32Um conto
Conta-se que em 1860, o operário mestre Antônio José Duarte de Araújo Goudim, que exercera também o magistério primário, nesta cidade, fora convidado pela Ordem Terceira de São Francisco de Assis do Macau, para dourar os novos altares laterais de sua igreja.
Executando o serviço, que até hoje, está bem conservado, o mestre Goudim apresentou á mesa administrativa da Ordem, a conta pelo seu serviço.
Esta, porém, achando exagerado o preço, recusa-se a pagar, convocando uma assembléia extraordinária dos irmãos, afim de deliberarem a respeito. Mestre Goudim comparece a reunião, e o Sindico da Ordem, João Nepomunceno de Aguiar, declara á Assembléia que a Ordem não podia pagar a douração pelo preço pedido.
O Mestre Goudim, percebendo que a mesa não ia decidir a seu favor, dispara a chorar, como se fosse uma criança, tocando o coração do Sindico, homem bravo, este não resiste as lágrimas do credor - Cai em prantos e pede com insistência, que se pague integralmente ao Mestre Goudim.
Caso idêntico se deu com um pintor, que foi encarregado de fazer pinturas na Igreja do Carmo.
Concluído o seu trabalho, a Ordem se opôs ao pagamento, por achar muito caro o serviço.
O pintor, indigando com a recusa da Ordem, para tirar uma vingança, antes de retirar suas latas de tinta da igreja, tranca-se na sacristia, á esquerda da nave, e deixa desenhados diversos ratos, vestido de hábito, na parede daquela dependência da igreja, com a seguinte inscriação: "Irmão do Carmo".
Daí, proveio o apelido que o operário tinha "de Pinta-Rato". Do livro do professore J. A. Neves.